Não há problema em reutilizar recursos e ter episódios mais curtos. Venha o livro, para podermos lê-lo. Excelente explicação sobre «mais pequeno». Não sabia que no Brasil é considerado um erro, nós em Portugal temos a mania de corrigir os brasileiros, e, afinal, ninguém está errado.
Napoleão Mendes de Almeida (importante gramático brasileiro), Dicionário, p. 181 : “Existem, é verdade, os comparativos sintéticos ou orgânicos melhor, pior, maior e menor, mas essas formas alatinadas (lat. mélior, péjor, májor, mínor) não foram as que primeiro se usaram em português, senão as analíticas ou perifrásticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno, como ainda hoje sa o francês plus grand, plus mauvais e plus petit.
O que aconteceu foi simplesmente um capricho do uso, que a estas últimas preferiu as primeiras formas. Gramaticalmente nada houve que justificasse tal preferência. Mais pequeno, entretanto, escapou, ao menos até agora, da sorte dos companheiros, podendo-se perfeitamente dizer “O homem era mais pequeno que a mulher”.
Observe-se, ainda, que no caso de comparação de duas qualidades empregam-se os comparativos analíticos e não os sintéticos: “Ele é mais bom do que mau” — “Ela é mais grande do que pequena” — “Ele é mais bom do que rico” — “Ele é mais mau do que bom”.
Gramaticalmente nada justificava a preferência em desfavor de mais pequeno, mais grande, mais bom, mais mau, isto é, tais quatro formas são escorreitas e usáveis. Por obra do capricho e sem algum motivo gramaticalmente invocável, as três últimas deixaram de circular; por efeito do mesmo capricho, a primeira (mais pequeno) corre, ao menos em Portugal.
Todas quatro pertencem, igualmente, ao bom dizer, ao bom escrever, ao bom falar. Ser correntia a construção “mais pequeno” significa apenas que a gente lembra-se dela e a emprega; não serem correntias as formas mais grande, mais bom, mais mau, não as desautoriza, não as converte em errôneas: a gente, e ainda mal !, delas olvidou-se e com seu desuso empobreceu-se a comunicação da mesma deslembrada gente.
Não há problema em reutilizar recursos e ter episódios mais curtos. Venha o livro, para podermos lê-lo. Excelente explicação sobre «mais pequeno». Não sabia que no Brasil é considerado um erro, nós em Portugal temos a mania de corrigir os brasileiros, e, afinal, ninguém está errado.
Se eu estiver em Portugal e falar “ quero algo menor “ as pessoas vão me estranhar ou aceitam normalmente essa “variante “?
Napoleão Mendes de Almeida (importante gramático brasileiro), Dicionário, p. 181 : “Existem, é verdade, os comparativos sintéticos ou orgânicos melhor, pior, maior e menor, mas essas formas alatinadas (lat. mélior, péjor, májor, mínor) não foram as que primeiro se usaram em português, senão as analíticas ou perifrásticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno, como ainda hoje sa o francês plus grand, plus mauvais e plus petit.
O que aconteceu foi simplesmente um capricho do uso, que a estas últimas preferiu as primeiras formas. Gramaticalmente nada houve que justificasse tal preferência. Mais pequeno, entretanto, escapou, ao menos até agora, da sorte dos companheiros, podendo-se perfeitamente dizer “O homem era mais pequeno que a mulher”.
Observe-se, ainda, que no caso de comparação de duas qualidades empregam-se os comparativos analíticos e não os sintéticos: “Ele é mais bom do que mau” — “Ela é mais grande do que pequena” — “Ele é mais bom do que rico” — “Ele é mais mau do que bom”.
Gramaticalmente nada justificava a preferência em desfavor de mais pequeno, mais grande, mais bom, mais mau, isto é, tais quatro formas são escorreitas e usáveis. Por obra do capricho e sem algum motivo gramaticalmente invocável, as três últimas deixaram de circular; por efeito do mesmo capricho, a primeira (mais pequeno) corre, ao menos em Portugal.
Todas quatro pertencem, igualmente, ao bom dizer, ao bom escrever, ao bom falar. Ser correntia a construção “mais pequeno” significa apenas que a gente lembra-se dela e a emprega; não serem correntias as formas mais grande, mais bom, mais mau, não as desautoriza, não as converte em errôneas: a gente, e ainda mal !, delas olvidou-se e com seu desuso empobreceu-se a comunicação da mesma deslembrada gente.
Em Portugal, é mais comum a forma "mais pequeno" do que ''menor''. Como bem disse, ambas são correctas.
O outro exemplo que provoca confusão é o "mais grande" e "maior". São comprativos e superlativos anómalos, como explicam Celso Cunha e Lindley Cintra.