A propósito da questão de saber em que consiste conhecer uma cidade e de ler um livro sobre ela poder ser uma forma de o fazer, ou de o começar a fazer, lembrei-me de uma distinção feita por Bertrand Russell e que se tornou famosa (bem, numa certa área do conhecimento, pelo menos!): o conhecimento por contacto (by acquaintance) e o conhecimento por descrição (by description). Temos conhecimento no primeiro sentido por via do contacto cognitivo directo com o que é conhecido, com as suas propriedades. Temos conhecimento no segundo sentido sabendo verdades (proposições verdadeiras) sobre o que é conhecido. Por exemplo, posso ter conhecimento de um objecto vendo-o, apalpando-o, cheirando-o, etc; ou posso ler sobre ele, sobre as suas medidas, sobre quem o fez, quando o fez, de que cor é, etc.
Ler um livro talvez nos dê muito conhecimento por descrição sobre uma cidade, mas não nos dará qualquer conhecimento por contacto. Será que se soubéssemos todas as verdades disponíveis sobre uma cidade, mas nunca lá tivéssemos ido, nunca tivéssemos passeado pelas suas ruas, ouvido os seus ruídos, sentido o seu bulício, ouvido os seus habitantes, etc., poderíamos dizer que “conhecíamos” essa cidade? E o inverso, seria verdadeiro?
Foi aquilo de que me lembrei ao ouvir o episódio de hoje.
A propósito da questão de saber em que consiste conhecer uma cidade e de ler um livro sobre ela poder ser uma forma de o fazer, ou de o começar a fazer, lembrei-me de uma distinção feita por Bertrand Russell e que se tornou famosa (bem, numa certa área do conhecimento, pelo menos!): o conhecimento por contacto (by acquaintance) e o conhecimento por descrição (by description). Temos conhecimento no primeiro sentido por via do contacto cognitivo directo com o que é conhecido, com as suas propriedades. Temos conhecimento no segundo sentido sabendo verdades (proposições verdadeiras) sobre o que é conhecido. Por exemplo, posso ter conhecimento de um objecto vendo-o, apalpando-o, cheirando-o, etc; ou posso ler sobre ele, sobre as suas medidas, sobre quem o fez, quando o fez, de que cor é, etc.
Ler um livro talvez nos dê muito conhecimento por descrição sobre uma cidade, mas não nos dará qualquer conhecimento por contacto. Será que se soubéssemos todas as verdades disponíveis sobre uma cidade, mas nunca lá tivéssemos ido, nunca tivéssemos passeado pelas suas ruas, ouvido os seus ruídos, sentido o seu bulício, ouvido os seus habitantes, etc., poderíamos dizer que “conhecíamos” essa cidade? E o inverso, seria verdadeiro?
Foi aquilo de que me lembrei ao ouvir o episódio de hoje.
Muito obrigado! Apetece-me fazer um episódio só sobre as perguntas que aqui deixou. Não será o próximo, mas vou pensar nisto... Um abraço!