9 Comentários
Mar 11·editado Mar 11

Bom dia. Tudo a favor do voto presencial, não só pelo importantíssimo aspecto ritual mas também por questões de intransmissibilidade do voto e de segredo do mesmo. Porém, outros tipos de voto (de preferência por correio, como já acontece, mas possivelmente também por via electrónica) fazem falta para garantir que quem não pode mesmo deslocar-se tenha a possibilidade de votar. Seria importante que o actual interregno de umas duas semanas para apurar os resultados dos círculos da emigração fosse eliminado ou reduzido ao mínimo, e o voto não-presencial ajudaria muito.

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Acabou por não indicar o nome do conto de Eça de Queirós depois desenvolvido em A Cidade e as Serras... que foi "Civilização". E sim: o "ritual", palavra sua, da votação num espaço físico comum é para manter, e mesmo perpetuar.

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Mar 11·editado Mar 11

Caro Marco,

Podemos manter o sistema tradicional e, para quem não se pode deslocar fisicamente, e a pedido, disponibilizar o voto electrónico. Eu, pessoalmente prefiro o voto presencial, é de facto um momento único, em que há um sentido de comunhão entre todos. A seguir à contagem lá nos dividimos, mas naquele momento estamos todos a contribuir para uma decisão colectiva.

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Caro Professor,

Concordo inteiramente consigo, a importância do ritual torna ainda mais estes eventos naquilo que são, uma festa da democracia.

Além disso, o sistema eleitoral é eficiente quanto baste para podermos dispensar o desperdício de recursos a reinventar votos electrónicos e afins.

Mantenhamos a festa da democracia.

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Bom dia, Marco!

Concordo consigo. Neste tipo de evento, o objetivo comum, nacional, agrega e faz sobressair o sentimento de pertença e de partilha. Todos sabemos ao que vamos e ao que vão os outros. Será, talvez, dos poucos momentos em que o efeito de grupo e a valorização da individualidade tão bem se conjugam. E há, também, todo um ritual associado: a preparação em casa, a articulação com familiares e amigos, as conversas mais ou menos murmuradas, o momento solene da entrega do boletim dobrado em quatro, o "onde vamos a seguir?", etc.

Penso que as alternativas de votação noutros ambientes retiraria àa essência a este ato cívico. Boa semana,

JM

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Penso como o Marco, o ritual é importante, a presença humana, o sentimento de dever e direito a cumprirmos em comunidade. Gosto deste ritual, além de ser talvez o único dia do ano em que todos somos iguais.

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nota: por lapso, publiquei sem acrescentar o óbvio: isto idealmente, ou seja, SE possível! Os emigrantes, ou quem por qualquer razão não puder deslocar-se, têm toda a legitimidade de votar também e a esses devem ser dadas alternativas seguras e práticas, como as que já existem.

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Concordo! Acho que a ida física às urnas torna o acto mais real. Mais solene. Atencioso. Importante. Neste mundo digitalizado, com tanta virtualidade, tanta pressa e desprendimento, é a diferença entre escrever uma carta à mão - metê-la num envelope, endereçar, ir até aos correios e entregar ao funcionário (ou pôr no marco do correio, se tivermos selos em casa) e fazer seguir fisicamente a nossa carta, que passa por muitas mãos, até ao destinatário - ... e "teclar" e enviar um email. Não se trata apenas de números e resultados; trata-se do um direito e dever cívico, para muitos conquistado a pulso. Por isso importa envolver o corpo inteiro, para dar o nosso voto.

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Desculpa-me não concordar contigo nesta questão das eleições.

Eu acho que,nesta questão,temos que ser mais pragmáticos.

Apesar de desta vez a abstenção ter sido inferior ao que ultimamente se tem verificado,há que tornar o acto eleitoral o mais fácil possível para que o maior número de pessoas nele participe.

Só assim legitimamos o resultado obtido.

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