Bom dia, Marco! Sendo eu do Porto e a viver em Braga, a quantidade de bês, (em vez de vês) e de om (em vez de ão), sempre me fizeram sentir em casa em Tui, em Vigo, na Tocha, etc. Numa das minhas idas à Galiza, estava rodeado de jovens num café e, contra a norma, resolvi articular o meu pedido em castelhano. Resultado: a funcionária, com um sorriso, pediu-me o favor de falar em português. Ainda em Portugal, por este norte que se liga à Galiza, há um certo sibilar na pronúncia dos ses, xes e zes. Passei bons momentos a olhar o fogo da lareira, embalado com a música desses sons saídos de conversas murmuradas próximas. E estes sons, com uns xes predominantes, já os ouvi na Galiza. Até ao próximo episódio, Joaquim.
Acho que se diz muito que não se gosta porque não se conhece, não se tem o hábito de ouvir as línguas de Espanha, ou de outros países que não usem o inglês. Da mesma forma, muitos portugueses também não sabem que há duas línguas oficiais em Portugal, o português e o mirandês. Precisamos de facto de mais diversidade linguística, não de menos, até como, como bem diz o Marco, conhecermos melhor a nossa.
Eu gosto de pensar que, muito graças ao Marco e à Pilha de Livros, estou em fase de transição quanto a esse assunto. O meu ponto de partida é muito troglodita e de profunda ignorância, ao nível de um Miguel Sousa Tavares. Só recentemente comecei a aceitar o conceito de que uma língua que se compreende sem ser preciso aprendê-la pode ser, de facto, uma língua e que, lá por não nos soar bem, não deixa de merecer algum respeito e consideração. Estou a fazer um grande esforço para, no mínimo, tolerar o catalão (falado ou escrito), a pronúncia castelhana do espanhol (prefiro mil vezes as dos argentinos, dos cubanos ou dos mexicanos) e mesmo algumas pronúncias do português, mas tudo isso ainda sem grandes resultados. É difícil!
Caríssimo José: muito obrigado não só pelo esforço, como pela sinceridade! Fiquei, no entanto, com uma dúvida: quando diz "uma língua que se compreende sem ser preciso aprendê-la", pensa que se pode aplicar ao catalão? É verdade que é relativamente fácil de aprender, mas não será mais que o occitano ou mesmo o italiano. Um madrileno, por exemplo, tem muita dificuldade em compreender um catalão sem algum processo de aprendizagem prévio (claro que depende da pessoa). Será mais fácil no caso do galego. Um grande abraço!
Aplica-se plenamente ao galego e ao mirandês, por exemplo. Ao catalão escrito também, mas ao falado nem pensar. Estou mais a pensar num lisboeta (eu, concretamente) do que num madrileno, habitualmente muito impermeável a outros falares.
O conhecimento das línguas faladas em Espanha é uma fonte muito importante principalmente para o conhecimento da História daquele país. Todavia, dada a ligação estreita com Portugal, também será importante para irmos ao encontro da nossa própria História.
Bom dia, Marco! Adoro a sonoridade das línguas espanholas, o galego, o basco, o catalão, bem como os sotaques do castelhano no Norte ou no Sul. Têm uma sonoridade afirmativa e muito melódica. Jorge Mota
Sempre convivi bem com as várias línguas de Espanha e considero o Catalão a mais bela língua ibérica! Algo entre um suave francês e um castelhano brando...
Talvez por ensinar PLE há mais de trinta anos, ou quiçá por ter estudado História...mas já antes disso viajava muito e maravilhava-me em Euskadi ou em Barcelona...
No meu círculo de amigos e conhecidos também sempre vi perfeita aceitação e até uma certa irritação em relação ao poderoso castelhano.
Há uns anos trabalhei numa Editora e a língua dos emails quando falávamos com espanhóis era o castelhano, excepto, claro, se falávamos com catalães! Eles preferiam falar connosco em i nglês e nunca usavam o castelhano ...e eu pensava "que valentes!" . Apesar de entender perfeitamente o Catalão ...
E muito mais teria a dizer, mas sei que o Marco tem o artigo para entregar e nem sei se este comentário chegará a tempo...
Bom dia, Marco! Sendo eu do Porto e a viver em Braga, a quantidade de bês, (em vez de vês) e de om (em vez de ão), sempre me fizeram sentir em casa em Tui, em Vigo, na Tocha, etc. Numa das minhas idas à Galiza, estava rodeado de jovens num café e, contra a norma, resolvi articular o meu pedido em castelhano. Resultado: a funcionária, com um sorriso, pediu-me o favor de falar em português. Ainda em Portugal, por este norte que se liga à Galiza, há um certo sibilar na pronúncia dos ses, xes e zes. Passei bons momentos a olhar o fogo da lareira, embalado com a música desses sons saídos de conversas murmuradas próximas. E estes sons, com uns xes predominantes, já os ouvi na Galiza. Até ao próximo episódio, Joaquim.
Acho que se diz muito que não se gosta porque não se conhece, não se tem o hábito de ouvir as línguas de Espanha, ou de outros países que não usem o inglês. Da mesma forma, muitos portugueses também não sabem que há duas línguas oficiais em Portugal, o português e o mirandês. Precisamos de facto de mais diversidade linguística, não de menos, até como, como bem diz o Marco, conhecermos melhor a nossa.
Eu gosto de pensar que, muito graças ao Marco e à Pilha de Livros, estou em fase de transição quanto a esse assunto. O meu ponto de partida é muito troglodita e de profunda ignorância, ao nível de um Miguel Sousa Tavares. Só recentemente comecei a aceitar o conceito de que uma língua que se compreende sem ser preciso aprendê-la pode ser, de facto, uma língua e que, lá por não nos soar bem, não deixa de merecer algum respeito e consideração. Estou a fazer um grande esforço para, no mínimo, tolerar o catalão (falado ou escrito), a pronúncia castelhana do espanhol (prefiro mil vezes as dos argentinos, dos cubanos ou dos mexicanos) e mesmo algumas pronúncias do português, mas tudo isso ainda sem grandes resultados. É difícil!
Caríssimo José: muito obrigado não só pelo esforço, como pela sinceridade! Fiquei, no entanto, com uma dúvida: quando diz "uma língua que se compreende sem ser preciso aprendê-la", pensa que se pode aplicar ao catalão? É verdade que é relativamente fácil de aprender, mas não será mais que o occitano ou mesmo o italiano. Um madrileno, por exemplo, tem muita dificuldade em compreender um catalão sem algum processo de aprendizagem prévio (claro que depende da pessoa). Será mais fácil no caso do galego. Um grande abraço!
Aplica-se plenamente ao galego e ao mirandês, por exemplo. Ao catalão escrito também, mas ao falado nem pensar. Estou mais a pensar num lisboeta (eu, concretamente) do que num madrileno, habitualmente muito impermeável a outros falares.
O conhecimento das línguas faladas em Espanha é uma fonte muito importante principalmente para o conhecimento da História daquele país. Todavia, dada a ligação estreita com Portugal, também será importante para irmos ao encontro da nossa própria História.
Bom dia, Marco! Adoro a sonoridade das línguas espanholas, o galego, o basco, o catalão, bem como os sotaques do castelhano no Norte ou no Sul. Têm uma sonoridade afirmativa e muito melódica. Jorge Mota
Sempre convivi bem com as várias línguas de Espanha e considero o Catalão a mais bela língua ibérica! Algo entre um suave francês e um castelhano brando...
Talvez por ensinar PLE há mais de trinta anos, ou quiçá por ter estudado História...mas já antes disso viajava muito e maravilhava-me em Euskadi ou em Barcelona...
No meu círculo de amigos e conhecidos também sempre vi perfeita aceitação e até uma certa irritação em relação ao poderoso castelhano.
Há uns anos trabalhei numa Editora e a língua dos emails quando falávamos com espanhóis era o castelhano, excepto, claro, se falávamos com catalães! Eles preferiam falar connosco em i nglês e nunca usavam o castelhano ...e eu pensava "que valentes!" . Apesar de entender perfeitamente o Catalão ...
E muito mais teria a dizer, mas sei que o Marco tem o artigo para entregar e nem sei se este comentário chegará a tempo...