Hoje falamos de tradução, mas de tradução dentro da mesma língua. Começamos pelo Quixote, mas vamos por aí fora, até chegar a Portugal. No fim, há uma pergunta para os ouvintes da Pilha de Livros.
Episódios recentes:
4 de Setembro: Cinco livros de Setembro
1 de Setembro: Línguas, livros e castigos
31 de Agosto: Saramago num livro galego (e um tradutor a ficar cego)
30 de Agosto: As três revoluções da escrita
29 de Agosto: Ler livros em línguas que nunca aprendemos
Histórias dentro dos livros, à volta dos livros, sobre os livros — e ainda sobre o que fazemos com eles e por onde andamos com eles. De vez em quando, falamos também de línguas (e outras manias). Assine numa das plataformas:
Respondendo directamente à questão, de traduzir Os Lusíadas para português actual (seja ele qual for): não, não me parece necessário nem que justifique a trabalheira que certamente dará. Qualquer bom resumo ou outra versão adaptada terá muito mais potencialidade para atrair e reter os potenciais leitores que não queiram ou não consigam dar-se ao trabalho de ler uma edição com a ortografia actualizada (de preferência, no meu caso, actualizada até à penúltima ortografia...) e umas quantas notas de rodapé, que são sempre necessárias por variadíssimas razões para além das da evolução da língua (geográficas, históricas, etc.).
Aproveito descaradamente o ensejo para, a título de curiosidade, deixar uma ligação para um blog que mantive durante uns quantos anos, no qual, entre outras inutilidades, fui publicando um spoof (uma paródia, se é que é assim que se traduz) a que chamei Os Tuguíadas, atribuído a um tal de Juiz de Lafões. Hoje creio que não o faria, assinar a coisa com esse pseudónimo, mas não sei o que faria em vez disso. Provavelmente nada, nem sequer o próprio spoof, porque ainda completei o Canto I e iniciei o II mas daí não passei, nem tenciono.
https://desinfeliz.blogspot.com/2006/02/os-tuguadas.html
Mais um abraço e votos de continuação da Pilha de Livros (e o que mais vier)
José Alfredo Neto
E há tradução para normas da mesma língua? Por exemplo, um livro escrito em português do Brasil adaptado para português de Portugal? Em relação aos Lusíadas, li uma versão do poeta Vasco Graça Moura, mas não é uma tradução, parece-me uma adaptação para jovens. Gostei muito, quando li, acho que facilita a leitura e pode deixar lastro para leituras futuras do original.
Obrigada